Com renda média de R$ 1.012 por habitante, Manaus é a segunda capital mais pobre do país, atrás apenas de Macapá, com renda de R$ 980 por habitante. É o que aponta o estudo da Fundação Getúlio Vargas Social divulgado nesta semana sobre os dados de rendimentos declarados no Imposto de Renda divididos pelo total da população.

Ao todo, o estudo analisou dez cidades do Amazonas. Entre elas, Manaus é a que possui o maior rendimento médio. Já Maués fica na última posição, com a renda média de R$ 123,62. A cidade do guaraná é a 15ª mais pobre de todo o levantamento.

Outro ponto a ser destacado é a diferença entre Manaus e Tefé, que fica em segundo lugar entre as cidades amazonenses relacionadas. Por lá, a renda média da população é de R$ 363,23.

Brasil

Segundo o estudo, Florianópolis é a capital brasileira mais rica do país, com renda de R$ 4.215 por habitante, seguida de Porto Alegre (R$ 3.775) e Vitória (R$ 3.736). São Paulo aparece em quarto lugar no ranking, com renda de R$ 3.542 por habitante.

A pesquisa “Mapa da Riqueza no Brasil” mapeia fluxos de renda e estoques de ativos dos mais ricos brasileiros a partir do último IRPF disponível.

O estado com a menor declaração de patrimônio por habitante é o Maranhão (R$ 6,3 mil). No outro extremo está o Distrito Federal (R$ 95 mil).

Análise

A principal conclusão apontada pelo estudo, segundo a FGV Social, é que a desigualdade de renda no Brasil é ainda maior do que o imaginado. Unindo a base de dados do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) à da Pnad Contínua, o índice de Gini chegou a 0.7068 em 2020, bem acima dos 0,6013 calculados apenas a Pnad contínua. Cada 0,03 pontos equivale a uma grande mudança da desigualdade. Para o cálculo do Gini, quanto mais perto de 1 está o índice, maior é a desigualdade.

“A desigualdade, quando a gente combina dados do imposto de renda com as pesquisas domiciliares, se apresenta bem mais alta, e a mudança dela na pandemia não foi de queda como se acreditava, mas de um pequeno aumento”, explicou o diretor da FGV Social, Marcelo Neri, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo o professor, a renda dos mais ricos revelada no imposto de renda é mais alta do que é captado pela Pnad. “Se a pessoa declara imposto de renda, declara o que ela tem, se não paga imposto à toa, então há desigualdade por captar mais a renda dos mais ricos. E durante a pandemia, o grupo do meio, a classe média, não teve o auxílio e também não tinha renda do capital para estabilizar o choque adverso”, disse, acrescentando que essa parcela, classe média, ainda teve mais efeitos com as perdas de empregos.

PIB

Por outro lado, em dezembro do ano passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que Manaus subiu para a quinta posição entre os municípios com o maior índice de Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, último levantamento realizado. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos em uma determinada região, e serve para medir a evolução da economia.

Segundo o IBGE, Manaus superou Curitiba e, há dois anos, apresentou um PIB inferior apenas ao de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. A capital amazonense fechou o ano de 2020 com um montante de R$ 91,7 milhões, o que representou participação de 1,2% no PIB nacional.

Ranking das capitais do país:

1. Florianópolis, SC (R$ 4.215)
2. Porto Alegre, RS (R$ 3.775)
3. Vitória, ES (R$ 3736);
4. São Paulo, SP (R$ 3.542)
5. Curitiba, PR (R$ 3.427)
6. Brasília, DF (R$ 3.148)
7. Belo Horizonte, MG (R$ 2.952)
8. Rio de Janeiro, RJ (R$ 2.947)
9. Cuiabá, MT (R$ 2.428)
10. Goiânia, GO (R$ 2.279)
11. Recife, PE (R$ 2.129)
12. Campo Grande, MS (R$ 1.996)
13. Palmas, TO (R$ 1.921)
14. Aracaju, SE (R$ 1.864)
15. João Pessoa, PB (R$ 1.672)
16. Natal, RN (R$ 1.563)
17. Salvador, BA (R$ 1.503)
18. São Luís, MA (R$ 1.393)
19. Teresina, PI (R$ 1.380)
20. Fortaleza, CE (R$ 1.374)
21. Belém, PA (R$ 1.337)
22. Maceió, AL (R$ 1.268)
23. Porto Velho, RO (R$ 1.252)
24. Boa Vista, RR (R$ 1.101)
25. Rio Branco, AC (R$ 1.064)
26. Manaus, AM (R$ 1.012)
27. Macapá, AP (R$ 980)