Pichação acusa prefeito de Silves de nepotismo e desvio de verbas públicas
Redação Amazonas em Notícias 2 de dezembro de 2025 0 COMMENTS
Uma pichação deixada na parede do anfiteatro municipal de Silves (AM) movimentou moradores nesta terça-feira (2) ao trazer denúncias diretas contra o prefeito Raimundo Paulino de Almeida Grana (PSDB), questionando o uso de recursos públicos e apontando possíveis práticas ilícitas na administração municipal.
A mensagem, escrita em letras grandes e chamativas, menciona desvio de verbas, nepotismo, “contas laranjas” e até contratação de funcionários fantasmas, levantando um clima de tensão política e cobrando transparência da gestão.
A pichação, que rapidamente se espalhou pelas redes sociais, afirma: “Ao excelentíssimo senhor prefeito, pra onde está indo os milhões do gás? Para seu nepotismo? Quantas contas laranjas? Quantos funcionários fantasmas? Desviar verba pública é crime.” O texto faz referência ao chamado “dinheiro do gás”, recurso que moradores acreditam ser proveniente de repasses e royalties destinados ao município, mas cujo uso não teria sido esclarecido pela prefeitura.
Moradores de Silves relataram que a frase estampada no anfiteatro sintetiza uma insatisfação que já vinha sendo comentada de forma isolada em grupos comunitários e redes sociais. Há queixas recorrentes sobre falta de transparência em contratos, contratações, nomeações e obras. Segundo eles, a cobrança escrita na parede apenas expôs de forma pública e direta aquilo que muitos evitavam dizer abertamente por medo de represálias políticas.
Até o momento, a prefeitura não divulgou posicionamento oficial sobre o episódio, tampouco respondeu aos questionamentos que constam na pichação. No portal de transparência do município, moradores afirmam não encontrar informações detalhadas que expliquem os repasses vinculados ao suposto recurso citado ou a destinação dos valores mencionados no protesto.
A ação, no entanto, também caracteriza um ato de vandalismo contra patrimônio público. A legislação brasileira prevê penalidades para esse tipo de prática, o que significa que a pessoa responsável pela pichação pode responder criminalmente pela depredação. O contraste entre a denúncia e o método utilizado tem dividido opiniões entre os moradores: enquanto alguns veem a pichação como uma forma de desabafo diante da falta de respostas, outros consideram o ato prejudicial ao patrimônio da cidade.
O episódio ocorre em um momento de crescente cobrança social por mais acesso às informações públicas no município. Moradores apontam que, sem esclarecimentos oficiais, suspeitas ganham força e alimentam um clima de desconfiança sobre a gestão municipal. Com a repercussão do caso, espera-se que a prefeitura se manifeste para esclarecer o uso dos recursos citados e responder às acusações levantadas, ainda que de forma anônima, pela população.
Laryssa Gomes Tavares Repórter policial e diretora executiva do portal Amazonas em Notícias





